"A rádio foi o pequeno regato por onde tudo começou. Vieram a seguir outros meios técnicos de recopiar, multiplicar, aumentar o som, e o regato tornou-se um rio imenso. Se, outrora, se ouvia música por amor da música, hoje ela berra em toda a parte e sempre, «sem se perguntar se temos vontade de a ouvir», berra nos altifalantes, nos automóveis, nos restaurantes, nos elevadores, nas ruas, nas salas de espera, nas salas de ginástica, nos ouvidos tapados dos walkman, música reescrita, reinstrumentada, abreviada, despedaçada, fragmentos de rock, de jazz, de ópera, vaga onde tudo se mistura sem que se saiba quem é o compositor (a música transformada em ruído é anónima), sem que se distinga o princípio ou o fim (música transformada em ruído não conhece forma): a água suja da música onde a música morre."
Milan Kundera - A Ignorância
Milan Kundera - A Ignorância
"Why do you speak in a language i don't understand, sing me songs i've never heared before"
Pronto, ok! Para quebrar um bocado o gelo e para não ficarem a pensar que isto é um só um blog sério, aqui deixo uma imagem mais descontraída...
pd
pd
caos e criação no meu quintal
0 Comments Published by paulo dumas on segunda-feira, janeiro 16, 2006 at 6:59 da tarde.
Subimos do Delta para apreciar o caos e criação segundo os God Is An Astronaut e os Linda Martini.
O planeta terra é um lugar estranho. Por vezes, é necessário saltar. Pormo-nos do outro lado do quotidiano, do lado de fora das vidas regulares - tão regulares que com dificuldade dão lugar à percepção de quão estranho é o ser humano como unidade particular e da Humanidade como somatório de cada particular ao longo de todo o tempo.
Perguntarei se o mundo alguma vez foi assim e se continua a ser. Um apocalipse que se repete seja ao fundo da rua, seja do lado simétrico do globo.
Mil imagens por segundo - descartáveis e prementes. Somos frágeis mas porque a fragilidade é algo que se inventa; que inventámos.
Numa altura em que tudo se questiona (ou volta a questionar), é tempo para pensar sobre o que queremos e não queremos ser ou fazer, já que não podemos decidir sobre o que queremos testemunhar. Faz-se um balanço entre o mundo ideal vendido em publicidades a condomínios privados e a telemóveis inteligentes; e entre o terror que somos capazes de distribuir segundo a aleatoriedade com que surgem jazidas de petróleo.
O nosso amor será sempre um combate. Será isto tudo assim tão estranho ou serão meras invenções nossas?
pd
O planeta terra é um lugar estranho. Por vezes, é necessário saltar. Pormo-nos do outro lado do quotidiano, do lado de fora das vidas regulares - tão regulares que com dificuldade dão lugar à percepção de quão estranho é o ser humano como unidade particular e da Humanidade como somatório de cada particular ao longo de todo o tempo.
Perguntarei se o mundo alguma vez foi assim e se continua a ser. Um apocalipse que se repete seja ao fundo da rua, seja do lado simétrico do globo.
Mil imagens por segundo - descartáveis e prementes. Somos frágeis mas porque a fragilidade é algo que se inventa; que inventámos.
Numa altura em que tudo se questiona (ou volta a questionar), é tempo para pensar sobre o que queremos e não queremos ser ou fazer, já que não podemos decidir sobre o que queremos testemunhar. Faz-se um balanço entre o mundo ideal vendido em publicidades a condomínios privados e a telemóveis inteligentes; e entre o terror que somos capazes de distribuir segundo a aleatoriedade com que surgem jazidas de petróleo.
O nosso amor será sempre um combate. Será isto tudo assim tão estranho ou serão meras invenções nossas?
pd
Embora não tenham havido evoluções no Delta, aproveitamos o fim de semana para nos cultivarmos musicalmente. Fomos ver Linda Martini e God is an Astronaut, que deram um bom espectáculo, apesar de a voz dos Linda Martini estar bastante rouca.
Relativamente a nós, estamos a programar a nossa saída, assunto que anunciaremos mais à frente. Entretanto vamos continuar com os ensaios e preparativos para esse momento, esperando que tudo saia de acordo com o que pretendemos.
Relativamente a nós, estamos a programar a nossa saída, assunto que anunciaremos mais à frente. Entretanto vamos continuar com os ensaios e preparativos para esse momento, esperando que tudo saia de acordo com o que pretendemos.
gates of dawn
1 Comments Published by paulo dumas on quarta-feira, janeiro 11, 2006 at 11:37 da manhã.
Music seems to help the pain
Seems to cultivate the brain
Excerto de Take Up Thy Stethoscope and Walk, do primeiro disco dos Pink Floyd - uma das nossas fortes referências.
Seems to cultivate the brain
Excerto de Take Up Thy Stethoscope and Walk, do primeiro disco dos Pink Floyd - uma das nossas fortes referências.
Retomamos os trabalhos regulares. A nova música já tem título: chama-se Run e remete para uma fuga imaginária de um sítio sombrio. Essa fuga sem fim é marcada por uma cegueira que impede que aquele lugar sombrio deixe alguma vez de o ser. Trata-se talvez da nossa composição mais ambiciosa onde o som melancólico e denso é marcado por um compasso lento. É talvez a música que mais marca o nosso momento presente.
Run é a nossa sexta música e junta-se assim a No More Fairy Tales, Caught, Stop Playing Fool, Where's The Truth e Don't Feel Sorry For Your Soul.
pd
Run é a nossa sexta música e junta-se assim a No More Fairy Tales, Caught, Stop Playing Fool, Where's The Truth e Don't Feel Sorry For Your Soul.
pd